sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

fim de tarde




confesso, por vezes não me apercebo que estou aqui. a minha mãe fala comigo, enquanto eu, monossilábica, finjo que a ouço. de olhar vago e sorriso estúpido, imagino-me ainda lá, num passeio de fim de tarde. o trânsito caótico das avenidas, os acordeões de ciganos, acompanhados por uma voz fina e irritante no tram, o sol infernal não me incomodavam.

gostava de deambular pelas pequenas ruas apertadas que desembocavam nas grandes avenidas ou entrar num autocarro e sair numa fermata desconhecida. mas sobretudo imortalizar cada momento, cada pormenor. todos os dias um passeio, todos os dias diferente. como se de uma rotina sem rotina se tratasse.

sem dúvida, aqueles momentos, descaradamente egoístas, eram e são só meus

3 comentários:

sofia disse...

são teus,aproveita!

Anónimo disse...

ai priminha fazes-me inveja.. espero daqui a 4 meses vir a sentir isso porque agora estou em desespero total e so me pergunto porque me meti nisto.. mas eu sei que vai ser bom e que vou ter momentos desses so meus tais como os que tu tens ;) gosto de ti*

Pedro disse...

Julgava que havia sensações e sentimentos que não poderiam ser transcritos de forma fidedigna.